A ardência vaginal é um sintoma que merece sua atenção. Não apenas por ser incômodo e doloroso, mas porque pode ser uma indicação de condições subjacentes que devem ser tratadas imediatamente.
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À “POPSUGAR”, de onde são as informações, a ginecologista e obstetra Erica Montes explica: “A ardência vaginal ou vulvar é um sintoma muito comum que pessoas podem sentir quando a pele sobre ou ao redor da vulva, na região do clitóris, na abertura ou no interior da vagina é exposta a infecções, bactérias, irritantes ou alérgenos.”
De acordo com a ginecologista e obstetra Jill Krapf, a maioria das ardências ocorre no chamado vestíbulo vulvar — região com terminações nervosas que contempla os orifícios da vagina. Ela explica que a queimação pode ocorrer quando a uretra ou as glândulas que produzem lubrificação natural são irritadas.
Quando não causada por um agente irritante ou alérgeno, a ardência pode estar relacionada a uma infecção. Nesse sentido, a menos que você possa relacionar seus sintomas a um possível agente alérgeno — como um novo sabonete ou lubrificante — deve acionar um médico com urgência. A seguir, confira seis causas comuns de ardência vaginal e as recomendações de especialistas.
6 condições que podem levar à ardência vaginal
1 — Agentes alérgenos e irritantes
Segundo Jill, essa é a causa mais comum de ardência vaginal. Ao ser exposta a certos ingredientes encontrados em produtos como sabonetes, lubrificantes e preservativos, a pele da região íntima pode desenvolver alergias e feridas.
A especialista nota que, quando a culpa é de certos produtos, a coceira, vermelhidão e ardência devem começar imediatamente e podem se curar rapidamente. Já no caso de alergias de pele, os sintomas podem demorar até algumas horas para se manifestar e podem demorar alguns dias para se curar.
Sua recomendação é que, se os sintomas não sumirem em até quatro dias, você procure ajuda médica.
2 — Infecção do Trato Urinário (ITU)
Popularmente conhecida como infecção de urina, a ITU também pode ocasionar ardência vaginal. Isso porque a condição, que acontece quando há um crescimento anormal de bactérias na bexiga, tem como sintomas a queimação próxima à uretra, a urgência para urinar e a dor na micção — conjunto de sintomas chamado de disúria.
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Em casos como este, quando há risco de a infecção por bactérias espalhar-se e contaminar os rins, é necessário procurar ajuda médica com urgência para a ministração de antibióticos.
3 — Candidíase
Candidíase é o nome dado à infecção pelo excesso de fungo Candida albicans, presente naturalmente na flora vaginal. Seus sintomas incluem ardência vaginal, coceira, irritação, corrimento grosso e grumoso e disúria. A infecção pode ser facilmente tratada com medicamentos e pomadas indicadas por um ginecologista.
4 — Vaginose bacteriana
Trata-se de um desequilíbrio bacteriano vaginal que pode causar odor de peixe e corrimento verde ou branco leitoso. De acordo com Erica, ardência vaginal, inflamação, coceira e disúria também podem estar presentes em alguns casos.
Semelhante à ITU, em casos de vaginose bacteriana é necessário consultar um médico rapidamente para ministração de antibióticos.
5 — Herpes genital
O herpes genital manifesta-se por meio de uma sensação de formigamento ao redor da vulva, seguida pela aparição de pequenas bolhas ou feridas. À medida que essas feridas crescem, uma queimação vaginal intensa e micção dolorosa podem surgir.
Os sintomas da condição podem aparecer entre dois e 12 dias após a exposição, mas também existem pessoas assintomáticas. Jill acrescenta, ainda, que pessoas contaminadas também podem apresentar sintomas semelhantes aos da gripe.
Embora o herpes genital não possa ser curado, você pode consultar um médico para a prescrição de algum medicamento antiviral que diminua a duração e a gravidade dos sintomas.
6 — Outras ISTs
Além do herpes genital, outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) como gonorreia, clamídia e tricomoníase também podem ocasionar sintomas como corrimento vaginal anormal, ardência, dor abdominal e coceira.
Como as ISTs são muito comuns e podem ser assintomáticas, você deve ser testada para elas pelo menos uma vez por ano. “É importante rastrear essas infecções porque elas nem sempre apresentam sintomas e podem causar uma infecção pélvica se não forem tratadas”, alerta Jill.